Slideshow

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Relógios

Bom dia, tempo.


Você tem sido excepcionalmente veloz. 
Pois é, já vai fazer um ano de tantas coisas, enquanto outras completaram aniversário.


Quase dois que eu tirei a habilitação para dirigir.
Mas só agora, só ontem, eu resolvi pegar gosto, pegar um carro, vestir a coragem e dirigir.


Engraçado isso, como muitas outras coisas na vida, um dia eu resolvo que farei algo.
Mas não porque todos os outros estão fazendo, porque me deu vontade.


Por vezes acho que eu nasci no ano errado.
Não era pra ser de 1989, era pra ser de 1992.


Confesso, não sai dos 18 ainda.
Muito embora só tenha começado a vivê-lo com quase 20.


Mas adoro, adoro, essa sensação de não sentir você, senhor tempo, como um inimigo.


Você corre no relógio, encurta os dias quanto mais preciso de dias longos, voa nas noites de sono, pula quinze dias em um mês, doze no outro, e, infelizmente tempo, resta só o seu péssimo hábito de deixar o mês de abril ter sessenta dias, mas ainda assim, é um aliado.


Eu sei que você passa, vejo as coisas mudarem, mas é como se nunca me ganhasse.
A cada dia que não tenho que - inconscientemente - lutar contra você, eu te uso ao oposto. Cada segundo vale uma vida, cada música configura um momento, cada beijo é eterno, cada amor é infinito, cada dor proporcional, cada palavra um texto, cada vez que respiro, vivo.


Eu gosto tanto de viver, tanto de errar, pra muito mais aprender.
Eu revejo meus passos, e não me arrependo, faria igual. Mil vezes igual.


Deste modo, tempo, você vive de correr e eu vivo de viver.
E vivendo vou aprendendo e ganhando mais e mais tempo, pra apreciar cama quente em manhã de quarta, madrugada de sexta e domingo ensolarado.




"Cada minuto que passa pode ser tudo que me resta para viver,mas eu desperdiço o tempo como se ele fosse infinito.Penso, logo sei que existir é uma circunstância. "