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sábado, 20 de novembro de 2010

Formaturas

Dois fatos deste final de semana me inspiraram para escrever o texto de hoje: formatura do jardim II (ex-prézinho) do meu priminho e assistir toy story 3.


É engraçado poder parar e ver tudo sob uma nova perspectiva.
A vida essencialmente feita de mudanças também acaba nos mudando de papéis e esse contanto com o novo pode ser tão emocionante.


Ainda me lembro bem das vezes em que havia toda aquela alegria de perder aulas para ensaiar as apresentações.
Mas agora eu sei que a maior das alegrias fica não para quando somos crianças, mas para quando crescidos, entendemos quão mágico é ver as crianças em um palco, errando os passos, errando as falas decoradas, acertando em cheio todos aqueles corações derretidos da platéia familiar.


Emocionante, mais do que tudo é sentir o tempo passar.
É entender que amadurecer é mais do que crescer... e crescer é mais do que uma escolha, é opção.
Perder pode ser ganhar, ausentar-se pode ser presença.


De certo modo, mesmo que não pareça, já descobri meu aprendizado de 2010... aguardo ansiosa uma certa formatura da faculdade de odonto e quem sabe um casamento!





sexta-feira, 19 de novembro de 2010



"E eu não quero ir, não posso ir pra lado algum
Enquanto não voltar
Não quero que isso aqui dentro de mim
Vá embora e tome outro lugar
Talvez a vida mude e nossa estrada pode se cruzar
Amor, meu grande amor, estou sentindo
Que está chegando a hora de dormir..."



(Outro lugar - Milton Nascimento)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sobre portas, porteiras e corações

Ok, ainda temos quase um mês e meio de 2010, mas como eu sou uma pessoa com vocação para humanas e não exatas, portanto não me atenho apenas à linearidade do calendário, já posso escrever sobre esse outro ano...

Não diria que alcancei todas as minhas metas para esse ano, pois seria quase uma mentira.
Não passei de ano sem exames, não fiquei até o final do ano no estágio, não juntei dinheiro, não vou viajar no final do ano, não li os livros que queria.

Mas, era de se esperar.
Muito além de uma questão de previsibilidade, sou um tanto mais caixa de surpresa do que gostaria.
Não sigo relógios, convenções, mas tenho meu tempo.

Não planejei, mas um dia de outubro coloquei na cabeça que começaria a dirigir e cá estou, dirigindo, sem medo, para lá e para cá, apenas aguardando um pouco mais de prática para me aventurar ruas a fora sozinha.

Acidental, mas descobri que a vida é feita principalmente dos planos que dão errado.
É, portanto, a vida um grande acaso.

A vida é a soma das portas fechadas que abrimos com as portas já abertas que tivemos que aprender a fechar.
Das barreiras intransponíveis que pela teimosia ultrapassamos e das plataformas de embarque que avistam no horizonte a distância que se inicia e não se finda.

Nada é eterno, mas eterno pode ser cada momento.
Cada canção, cada voz, cada sopro de vida. 

Já reparou nos sons?
Já reparou como o mundo gira tão rápido e tão devagar, depende do ponto de vista, da emoção, do momento?

E então o essencial tornou-se parcial, banal... 






terça-feira, 2 de novembro de 2010

O tempo


Tudo começou com uma com uma pequena confusão musical.

Eu gosto de música brasileira de qualquer tipo e sou curiosa para novidades e/ou músicas diferentes.
Por um motivo que eu julgo ser sono, eu fui em busca de uma música da "Casuarina" que há tempos um amigo me mandou, mas acabei encontrando musicas do "Móveis Coloniais de Acaju"... (para quem não conhece, eu fui procurar um samba e digitei o nome de uma banda de rock).

E não é que gostei?
Alias, achei que a música que encontrei sem querer tem um trecho que diz muito daquilo que escrevi no último post!



"O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim
Espero o dia que vem
Pra ver se te vejo
E faço o tempo esperar como esperei
A eternidade se passar nos dois segundos sem você
Agora eu já nem sei
Se hoje foi anteontem
Me perdi lembrando o teu olhar
O meu futuro é esperar pelo presente de fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Distante é devagar
Perto passa bem depressa assim..."





quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Relógios

Bom dia, tempo.


Você tem sido excepcionalmente veloz. 
Pois é, já vai fazer um ano de tantas coisas, enquanto outras completaram aniversário.


Quase dois que eu tirei a habilitação para dirigir.
Mas só agora, só ontem, eu resolvi pegar gosto, pegar um carro, vestir a coragem e dirigir.


Engraçado isso, como muitas outras coisas na vida, um dia eu resolvo que farei algo.
Mas não porque todos os outros estão fazendo, porque me deu vontade.


Por vezes acho que eu nasci no ano errado.
Não era pra ser de 1989, era pra ser de 1992.


Confesso, não sai dos 18 ainda.
Muito embora só tenha começado a vivê-lo com quase 20.


Mas adoro, adoro, essa sensação de não sentir você, senhor tempo, como um inimigo.


Você corre no relógio, encurta os dias quanto mais preciso de dias longos, voa nas noites de sono, pula quinze dias em um mês, doze no outro, e, infelizmente tempo, resta só o seu péssimo hábito de deixar o mês de abril ter sessenta dias, mas ainda assim, é um aliado.


Eu sei que você passa, vejo as coisas mudarem, mas é como se nunca me ganhasse.
A cada dia que não tenho que - inconscientemente - lutar contra você, eu te uso ao oposto. Cada segundo vale uma vida, cada música configura um momento, cada beijo é eterno, cada amor é infinito, cada dor proporcional, cada palavra um texto, cada vez que respiro, vivo.


Eu gosto tanto de viver, tanto de errar, pra muito mais aprender.
Eu revejo meus passos, e não me arrependo, faria igual. Mil vezes igual.


Deste modo, tempo, você vive de correr e eu vivo de viver.
E vivendo vou aprendendo e ganhando mais e mais tempo, pra apreciar cama quente em manhã de quarta, madrugada de sexta e domingo ensolarado.




"Cada minuto que passa pode ser tudo que me resta para viver,mas eu desperdiço o tempo como se ele fosse infinito.Penso, logo sei que existir é uma circunstância. "



terça-feira, 14 de setembro de 2010

Azul, azul, azul...

E em um instante ouvir sua voz doce ao pé da escada encheu me coração de uma alegria tão encantadora que me fez saltar do sofá e correr para te ver como se há século, e não apenas desde de domingo, eu não te visse.

E o mais engraçado é escrever para você sabendo que só daqui muitos anos você vai conseguir ler e entender tudo que significa para mim.

É mágico ver como o tempo passa, você já está aprendendo a ler e a escrever.

E maravilhoso mesmo saber que há em você uma parte de mim - pão de forma sem casca é um dos maiores exemplos - e que em mim há partes aprendidas na convivência com você - incluo aqui músicas dos seus desenhos preferidos, mas com o tempo essa lista só aumentará.

Obrigada, de coração, por cada vez que você chega e transforma meu dia, pelos momentos em que me sinto sua irmã mais velha e você, como bom caçula, não obedece e pelos tantos outros que é também meu melhor amigo, que me faz rir e não deixa nunca a criança que há dentro de mim partir!



Obrigada por, em todos os momentos que sinto meu coração fica vazio, você aparecer me lembrar que sempre está cheio de amor e alegria


O amor ainda estava lá
O amor ainda estava lá
Faz um tempo eu quis
Fazer uma canção
Pra você viver mais...

domingo, 12 de setembro de 2010


Necessidade infinita de escrever.
Limitada pela dificuldade de combinar as palavras.

Enxurrada de sentimentos e um silêncio, uma interrogação.

Num velho disco a vida se desfaz
Em poucos minutos
Pra onde aquele tempo te levou
Também vou
Pode ser numa canção
Pode ser no coração
Eu so quero ter você por perto
Se é pra tocar o ceu e me lembrar
Do canto de um anjo
Naquele empoeirado LP
Encontro você
Pode ser numa canção
Pode ser no coração
Eu so quero ter você por perto
Eu só quero ter você
Foi-se o tempo em que sozinho
Maltratei meu coração
Me contou um passarinho:
Tristeza é sem razão
Pode ser numa canção
Pode ser do coração
Eu so quero ter você por perto
Eu só quero ter você por perto
Pode ser numa canção
Pode ser do coração
Eu so quero ter você por perto
Eu só quero ter você...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A pipa na janela

Acho curioso o fato de ficar tanto tempo sem ter tanta inspiração de escrever depois de uma fase escrevendo quase todos os dias e em enorme quantidade.


Hoje um sinal claro que que o ciclo de mudanças da vida continua sempre em movimento.
Parece que foi ontem que a turma que se formou ano passado estava tirando as fotos para o álbum e eis que hoje a turma seguinte tirará as fotos... 


E me assusta o fato de pensar que por mais que cinco anos pareçam uma eternidade, muito em breve será a minha vez de tirar essas fotos.


E a questão maior não são as fotos, mas como o último ano passou surpreendentemente rápido, por mais que em certos momentos o tempo tenha nitidamente parado, algumas vezes os ponteiros do relógio tenha se movimentado no sentido oposto ao correto.


Creio que sejam os ares de setembro, que ano após ano, infalivelmente, trás uma renovação digna de ano novo.


Creio que seja o calor e a vida após os dias frios de junho e julho, os pássaros que cantam mais do que o comum ou o céu sempre tão limpo.
Não importa, setembro é setembro mesmo que chova, faça frio e o mundo fique quieto.


O que importa é que o precisava estar igual, permaneceu, ainda que muito tenha acontecido para estar assim.




E por mais que o resto esteja diferente, ver o Sol me dá uma sensação de gratidão e paz, dá aquele alívio de saber que apesar de tudo se está vivo e que isso por si só é uma benção.




Hey, Babe
Que bom te ouvir
Já faz quase um ano.
Mesmo sem poder te ouvir
Mesmo que eu não possa ouvir a sua voz
Não faz mal
Não me fez tão mal
Hey, Babe
Ontem longe, hoje aqui
Lá atrás o tempo esconde
Mesmo sem poder repartir
Mesmo que eu não possa ver no escuro após
Não faz mal
Não se foi e foi legal

domingo, 29 de agosto de 2010

Do que olhar pra trás




Nós dois somos pólos opostos como extremidades
Eu caí na suas juras de amor, nas suas meias verdades
Eu só quis te fazer o bem, e você me fez refém
Eu quis para você o melhor, você me quis so cinza e pó
Se eu pudesse te odiar, fazer você voltar ...
É melhor morrer de amor, do que viver em paz


É mais fácil amar de novo, do que olhar para trás

sábado, 21 de agosto de 2010

Não me venha com sutilezas, quero tudo por inteiro.

Quero aquela verdade silenciosa que invade corpo e alma, quero aquele beijo que me acolhe, quero fechar os olhos e ter certeza que sou a pessoa mais feliz do mundo.

Não demore, chegue logo, chegue enquanto meu coração quer te acolher, chegue enquanto sorrio despreocupada e me abrace.

Deixa eu ser o arrepio, o calor, o amor, o medo de perder e a vontade de estar.


De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Big wheel keep on turning



Me dei conta que tenho tanta coisa para escrever... 

Eu não poderia usar outra palavra para descrever como tenho me sentido além de feliz.

Poderia passar horas escrevendo como eu cresci pelas coisas que aconteceram no primeiro semestre, mas não sei se isso é realmente tão necessário.
Cresci e pronto.
Aprendi e isso que vale.

É maravilhoso poder virar as páginas e seguir em frente, e ainda por cima sentir orgulho de tudo que foi feito, dito, realizado e fechar os olhos com a certeza que faria tudo da mesma forma.
Afinal, consciência tranquila é o tipo de coisa que nem dinheiro, nem Mastercard compram.

Fico feliz por todas as pessoas que continuam do meu lado, porque mais do que uma alegria para mim, é por escolha de cada uma estar ali, pois são as minhas atitudes que afastam ou aproximam as pessoas.
E seria muito confortável achar que a responsabilidade é delas e dizer que todos estão contra mim caso qualquer um deles tivesse se afastado, sendo que amizade é uma conquista diária e muita gente esquece que as pessoas não tem muita tolerância com mancadas seguidas e repetitivas.
Sorte a minha, que não preciso pedir que me desejem mal, porque quem está perto já me deseja bem mais do que o suficiente!


Também é bom sentir todo o esforço sendo recompensado.
Eu tinha tanto medo de ter errado ao trocar estágio por estudo, e quase que destroco, mas percebi que tudo tem sua hora.
E não sendo a minha, para que forçar a barra?
Não vale a pena tentar provar que aguento, que sou responsável, que dou conta... eu sei disso e quem precisa saber também sabe.

Claro, neste momento, teoricamente, estou exercitando a procrastinação... afinal, deveria estar digitando um resumo, mas como eu disse, teoricamente, porque escrever no blog é sim algo vital.


Do fundo do meu coração, torço para que tudo dê certo para você.
Espero que encontre seu caminho, você está precisando ocupar essa cabeça.

Ninguém está preparado para perder, mas se faz parte da vida, nada mais justo que aprender a lidar com isso.

Não há a menor dúvida que você a amou de corpo e alma, e ela nunca duvidou disto.
Mas as vidas seguem, mas por inúmeros motivos, as pessoas acabam ficando pelo caminho.
Agradeça por tê-la conhecido, vivido, apreciado, aprendido.

Não se prenda à pequenas coisas como o perfume, pois a memória com o tempo se revela fraca e com certeza haverá frustração de não lembrar daquele cheiro marcante.
Obviamente, não é para deixar o perfume, pois o cheiro de cada pessoa é sua essência. 
Mas se for para se apegar, se apegue ao sorriso, ao olhar... 






Eu gosto do mar.
E de como ele representa a vida.
Como as coisas mudam com a menor movimentação, qualquer onda.

E como pode-se optar por aproveitar a suavidade ou nadar contra a correnteza.
Eu estava há tempos nadando contra ela na maré alta, e agora resolvi para um pouco e descansar.

Como dizia um professor de física ao explicar hidráulica lá pela aula 48 da apostila 3 do anglo: 
- "Você não seca o oceano se tirar um copo, tão pouco afunda as cidades litorâneas se jogar essa mesma quantia d'água."

E cada um entende o que quiser com a frase!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tem uma verdade nua, pura e crua

Bom dia!

Hoje eu acordei atrasada e tive que mudar um pouco minha rotina, dessa vez para melhor.

Apreciar a agua quente no corpo com calma, secar o cabelo sem pressa, escolher a roupa, e escolher mais uma vez, e trocar e trocar até me dar por satisfeita com uma roupa quase quente e uma echarpe verde.



Como é bom ver o trânsito em outro horário.
Mais carros, sim. 
Mais vida, mais clima, mais tempo.

(...) 

A rotina da mão é o toque
A rotina da garganta é rock
O coração é rotina da batida
A rotina do equilíbrio é a medida
O vento é a rotina do assobio
A rotina da pele é o arrepio
A rotina do perfume é a lembrança
O pé é a rotina da dança
Julieta é a rotina do queijo
A rotina da boca é o desejo

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Uma verdade


O amor é importante, porra!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ficam os dedos, fica a memória...



Hoje é o dia
E eu quase posso tocar o silêncio
A casa vazia.
Só as coisas que você não quis
Me fazem companhia
Eu fico à vontade com a sua ausência
Eu já me acostumei a esquecer
Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz
Deixa os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro
Salas e quartos
Somem sem deixar vestígio
Seu rosto em pedaços
Misturado com o que não sobrou
Do que eu sentia
Eu lembro dos filmes que eu nunca vi
Passando sem parar em algum lugar.
Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz
Deixa os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro mais
Fica o gosto, ficam as fotos
Quanto tempo faz
Ficam os dedos, fica a memória
Eu nem me lembro mais
Quanto tempo, eu já nem sei mais o que é meu
Nem quando, nem onde
Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz
Deixa os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro mais
Fica o gosto, ficam as fotos
Quanto tempo faz
Ficam os dedos, fica a memória
Eu nem me lembro mais...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Inside the mind, out of the heart

Quase 2 da manhã.

Eu sem sono.
Eu com vontade.
Eu com saudade.

Estou.
Estou nas frases acima, no rio abaixo, no quarto ao lado.

Escutando música e sendo fortificada pelo ritmo animado do violino na música eletrônica.

E resolvi viver a vida assim, um misto de ritmo forte e simplicidade, de vento forte em noite quente, de mar agitado em manhã sem nuvens.


terça-feira, 13 de julho de 2010

Dessine-moi un mouton

No meu céu tem estrelas e cada estrela é uma misto de lembrança e saudades.
Quando fecho meus olhos no silêncio, sinto a paz da presença.


Existe uma estrela em especial, a do meu Pequeno Príncipe.
Em geral, faço as vezes de raposa na vida das pessoas, mas para ele eu sou o carneiro.
Ele tem cabelos da cor do trigo e um sorriso de mil dentes, uma risada gostosa e um choro estridente.
É minha paz em tormento, meu encanto, meu azul... terremoto, ciclone, enchente e vendaval.

Mas mesmo sendo seu carneirinho, é a frase da raposa que nos descreve bem:
Et j'aimerai le bruit du vent dans le blé...

domingo, 11 de julho de 2010

Eu trocaria a eternidade por esta noite.

E ai uma noite você sai para dançar.
A princípio você nem queria ir, mas mudou de ideia bem no final.


No final das contas você nem dança tanto, porque já dançou o bastante, a pista está cheia e ai você senta nos banquinhos no canto da pista com seus amigos.


E então, por estar perto da caixa de som - certo, não é prudente fazer isso se quer garantir uma boa audição na velhice - e fecha os olhos.


O som invade o corpo, balança o coração, remexe a alma e relaxa.
Como é possível haver silêncio em meio a tanto barulho e o silêncio ser tão bom pelo barulho?


Terminada a balada, quarto da manhã entra-se em um habbibs vazio.
E ao discutir questões existenciais de primeira grandeza, como ir de chinelo ao shopping, conclui-se que a vida nada mais é do que algo simples, tão comum quanto ir a praia sem camisa, e por isso é estranha.


E aí você percebe que e a felicidade é isso: uma música, uma risada, um celular sobre a mesa do computador.

terça-feira, 6 de julho de 2010

C'est fini

Então eu resolvi ir partindo aos pouquinhos.


Porque assim, quando você se der conta que eu não estou mais ai, já será tarde demais... para eu querer voltar.





terça-feira, 29 de junho de 2010

Fireflies

Eu acho tudo isso meio estranho.

Meu coração não bate mais loucamente quando eu falo com você.
Ele apenas bate, no ritmo comum para uma pessoa do sexo feminino de 21 anos em repouso.

Engraçado de pensar que antes só o fato de sua janela do msn subir no cantinho da tela era capaz de fazer meu coração disparar e sua presença e seu toque me causavam toda sorte de arritmia ao ponto de me faltar ar, deixar minhas pernas bambas e me fazer sentir uma vontade incontrolável de sorrir.

Eram tantas coisas boas e eu me pergunto porque perdemos isso.
Por que você não deu valor, não quis lutar? 
Mas cada vez mais isso menos importa.

Eu falei da chave, lembra-se?
Confesso que ainda não joguei fora, mas nem me lembro ao certo onde está.
E isso não me assusta mais.

A cada momento que eu percebia que a distância aumentava e que eu começa a me afastar naturalmente, tentava me apegar a qualquer lembrança, qualquer coisa.
Podia ser uma música, um filme, uma cena.
Mas me dei conta que as lágrimas cada vez menos eram de dor e muito mais por inconscientemente saber que nada mais seria igual.

Então aos poucos eu fui me despedindo de você.
Aceitando que seria apenas eu.

E ai hoje você me chama, e eu na louca esperança de ao menos ficar levemente desestabilizada tive a 'decepção' de não sentir nada, exatamente nada além de uma vontade de rir da sua cara - e não para você - quando veio com aquela conversa mole para me prender só mais um pouco.

Se um dia você aprender que não são suas palavras, mas suas atitudes que prendem uma pessoa por laços invisíveis ao seu lado, as coisas seriam melhores.

Eu não joguei a chave fora.
Mas suas palavras foram pequenas navalhas que cortaram os laços invisíveis que um dia me fizeram desejar ser a pessoa que brilharia ao seu lado.
E sua atitude, imatura e egoísta, a tesoura que, entregue a minha mão e a meu desejo, cortaram o que restou.

Não joguei a chave fora, pelo menos por enquanto.
Não por nada além de saber que um dia nos reencontraremos e nesse dia eu devolverei a a chave, ela é sua.
Quando devolvê-la formalmente eu aproveito e mando incinerar a porta.





Cause I'd get a thousand hugs
From ten-thousand lightning bugs
As they try to teach me how to dance


A fox trot above my head
A sock hop beneath my bed
A disco ball is just hanging by a thread

quarta-feira, 23 de junho de 2010

VJ Day Kiss


Eu sonhei com você está noite.
Mas foi um sonho tão diferente.

Eu te encontrava na rua, você me via, sorria.
Mas quando eu ia te abraçar, não era o mesmo abraço.
Você estava muito muito alto, parecia ter uns 2 metros e 10.

Você pediu que eu esperasse, eu sentei na calçada com as minhas amigas.
Você passou sorrindo, pegou seu celular e fez uma ligação para mim.
Mas eu estava com meu celular antigo em mãos, um número que não uso há mais de dois anos.
No meu sonho, o celular novo estava em casa, mas como eu acordei antes de chegar em casa nunca saberei se você ligou.


Então meu sonho ficou em aberto uma questão digna do VJ Day Kiss.
Quem é o marinheiro?
Levou-se quase 62 anos para descobrirem a identidade dele.


Sonhos são sonhos, mas dentro dele há um fundo imenso de verdade e ... daqui 62 dois anos você me conta se me ligou ou não? 

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Narrativa de minha alegria fugida sobre nós duas.





Dela:
Outro dia eu tive que andar de trem, coisa que sempre me agradou.
Gosto da sensação de poder observar o mundo, as pessoas, a paisagem tão igual que sempre tem uma novidade.


Mas na volta acabei chegando justamente no horário de pico, e tive que aguardar que sete trens lotados passassem para que finalmente pudesse entrar em um um pouco menos lotado.


Acabei ficando em pé por quase uma hora, encostada em uma grade sentindo o vento frio, vendo o céu escurecer e pensando em um pouco de tudo que acontecerá nos últimos meses.
Não sei se foi o frio ou o exercício de paciência, ou os dois em conjunto, mas foi o momento em que a anestesia começou a passar.


Parada ali, vendo pessoas, tantas se espremendo para tentar entrar em um espaço tão pequeno, comecei a pensar em coragem.
E que às vezes, por mais coragem que se tenha, é preciso parar um pouco e esperar, questão de momento.


Nosso:
E foi tão bom parar e esperar, tanto na vida quanto o trem.


Eu vivia com tanta pressa, eu queria tantas coisas, queria que tudo desse certo, queria mudar o mundo... eu empurrava pessoas para conseguir entrar na composição e ficava lá, espremida, sem ar, sem espaço... até que um dia, em um esbarrão, levaram não só meu relógio, mas minha coragem e minha vontade. 
E chegou um momento em que eu me vi tão pequena perante o mundo, tão incapaz de mudar qualquer coisa, no meio de tanta gente em um estilo de uma indescritível solidão em meio a tantas pessoas, que resolvi sentar na plataforma da vida e ficar de olhos fechados, apenas ouvindo o som dos trens e das pessoas.
E além de barulho, de motor e vozes, em momentos tranquilos eu pude escutar minha própria respiração, realmente pude prestar atenção nas letras das músicas que ecoavam de meu iPod.
E então eu abri os olhos com calma quando senti as primeiras gotas de chuva, mas ao fundo havia um céu muito bonito.
Mas eu ainda sentia frio e ainda estava cansada.


Meu:
Ela teve que se despedir dele, de um jeito que foi bem mais devastador que o calculado. 
Foi dormir porque tinha prova, mas eu senti que ela precisava de um tempo só dela, e sai em busca de algo para remediar aquela ferida.


Passei a voltar a essa estação todos os dias;
Às vezes eu cantava alto, outras eu apenas observava, lia, escutava, esperava.


Então comecei a correr contra o fluxo de pessoas, trombei em algumas, desviei de outras, pulei uma catraca e troquei de plataforma.
Não poderia seguir viagem com tantas coisas para trás.
Entrei no trem e segui até o final da linha, desci na estação, subi as escadas rolantes, empolgada e medrosa, quase derrubei uma senhorinha que passava.
Visitei pessoas. Paguei promessas. Comprei uma rosa. Cortei meus cabelos. Comi um bolo de chocolate. Fiz uma oração. Assisti filmes que há tempos queria. Li livros como há tempos não fazia. Chorei quando deu vontade e dormi até passar a vontade.
A cada um que reencontrava, ganhava uma metadezinha do que um dia eu oferecerá. 
Como quase sempre ofereci coisas boas, voltaram tantas coisas boas.
E para aqueles que em primeiro momento não havia oferecido algo realmente útil e interessante, peguei destas metadezinhas e reparti novamente, dando e recebendo em troca.
Conheci pessoas, tem coisa mais fantástica que conhecer pessoas?
Descartei o que não era bom. 
Dancei até o chão.
Perdi a hora, perdi o sono, perdi o juízo, perdi o apetite. 
O primeiro e o último eu recuperei, o segundo e o terceiro deixei por aí... afinal, é sempre bom equilibrar muito sono e pouco juízo.


Mas ainda faltava alguma coisa.
Eu precisava voltar.


Entrei no metro, depois peguei o trem na Estação da Luz.
Esperei um tempo, estava bem lotado.


E quando o trem parou na Estação Tamanduateí, encontrei uma velha conhecida.
Ela estava com uma bolsa marrom, cabelos soltos e uma blusa quentinha e aparentemente com um certo frio, apesar da blusa. 
Ela olhou para mim e sorriu. E eu não pude negar o quanto o sorriso em meus lábios foi verdadeiro.
Era quem faltava, eu mesma, a outra metade minha que ficou em casa enquanto eu andava nesses três meses.


Fomos conversando.
Eu tirei da bolsa alegria, ela me entregou coragem, demorou pra encontrar, mas logo comprou duas doses.
Contou-me a monotonia de viver sem mim, seu lado alegre.
E eu contei como foi minha viagem em busca de mim, ou melhor, de nós, ou que seja, do conjunto.
Ela ficou bastante surpresa ao ver as fotos... e só ai se deu conta que eu a observei de longe, e que em tantas fotos ela sorria, mesmo sem perceber.
Eis que contei pra ela que no fundo nunca nos separamos, que sem perceber quem fez toda essa viagem foi ela mesma - nós mesmas - e que eu só tive que pegar o trem para que ela se dessa conta, para que eu pudesse tirar essas fotos.


Ela sorriu, surpreendente como sempre e me abraçou e disse:
- "Nossa, então é tudo isso? - e com um tom de humor - "Eu vou sobreviver, doutora?"
Gargalhou, como há tempos não fazia.


Incrível como ela fez direito a parte dela e cultivou coisas boas em meio ao silêncio que optou por estar enquanto eu não voltava.


Dela: 
Voltamos para casa, eu e ela, sempre juntas, mas ainda não uma só.
Senti tanta falta dela, estava realmente falta desta minha parte desaparecida. 
Antes de dormir ela fazia questão de lembrar cada coisa boa, até que uma hora eu chorei... poucas lágrimas.
Queria ela para mim, afinal, ela era minha parte feliz.


Dormi, acordei e surpreendentemente depois poucas horas depois do almoço algo mágico aconteceu: sem querer, virei e tropecei no pé do meu tio.
Ah, foi uma queda preocupante para ele, afinal, ele podia jurar que eu havia de quebrar ao menos um dedo, tamanho o barulho.
Mal sabia ele que eu cai em cima da de mim mesma, eu voltei a ser uma só!


E ai acabou a anestesia, o vazio, as saudades.


E deu uma imensa vontade de continuar, exatamente de onde havia parado.