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domingo, 16 de maio de 2010

She listens like spring and she talks like june

Depois de várias postagens curtas, algumas em resposta a outros posts, outra com músicas, hora da velha verborragia.



Ah, eu ando pela rua e vejo as árvores quase sem folhas e no chão tantas folhas amareladas.
E há mais de uma semana esse tempo friozinho.

Tantas coisas mudaram nesse último mês.
Eu experimentei um gosto amargo de café não adoçado e depois o gosto solitário do café gelado do dia anterior.
Mas experimentei o gosto doce do perdão.
Eu sempre soube, como mais ou menos tempo, perdoar os outros, mas há anos não concedia essa dádiva a mim mesma.

Então ao todo experimentei dois tipos de vazio: o da ausência de uma pessoa que tanto eu gostei, esse incomoda profundamente, e o da ausência de culpa, que chama atenção pelo espaço aberto tão reconfortante.

Foi um mês esquisito, continuação de outros meses já esquisitos: eu perdi tantas outras pessoas tão rápido, por mortes, por empregos, por mudanças físicas, por mudanças ideológicas, psicológicas...
E todas elas, cada uma a sua maneira, me afetaram de maneiras ímpares, mas por incrível que pareça, perder foi positivo.
Eu cresci tanto com tudo isso...  mesmo que não esteja sendo fácil.

Não é fácil porque várias delas eu tive a opção de não perder.
Eu pude ficar calada, mas resolvi falar.
Eu podia simplesmente não concordar e ponto, mas optei também me afastar.
Eu podia não ter arriscado, mas quis arriscar.

Não me arrependo.
Nada disso me deixaria mais triste do que se tivesse ficado calada, aceitando atitudes que discordo e no conforto covarde da segurança.
Seria mais coerente, mas juro, coerência nunca foi minha virtude... 

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